Maria Leopoldina Freire Viana natural de Macaíba,era esposa do desembargador, José Teotônio Freire - Madrinha sinhá, como a chamava- era minha avó materna. Foi meu ícone,minha confidente,animadora, modelo. Exímia pianista intérprete de chopim e Shubbert, fluente em francês,sua pouca escolaridade não escondia a inteligência vivaz. Amada e apaixonada pelo meu avó,Juiz de direito e desembargador José Teotônio Freire,mãe amorosa dos seus oito filhos - (Dalia,minha mãe, era caçula) amiga compreensiva,atual e atuante dos netos.
Visita-a diariamente, vinda do colégio,da faculdade,do jornal, do fórum. Simplificava meus problemas e dúvidas de menina,adolescente,jovem com frase filosófica e genial: " lembre que tudo passa!..."
Mas a esperança é contagiosa, e a convicção de tal fé,também delegada pela minha mãe, a doce Dahlia,funcionaram como impulso decisivo na escolha funcional,logrando confiança decorrente das atividades e suas manifestações,mesmo diante da pouca idade e do fato de ser mulher.
O s sucessos e as vitorias foram encaradas com humildade, mas com uma naturalidade que surpreendia aos que desconheciam os fatos.
Sou devedora da confiança ilimitada que madrinha Sinhá e meu pai, Luiz da Câmara Cascudo,depositavam nos meus parcos méritos pessoais.
Sou devedora da confiança ilimitada que madrinha Sinhá e meu pai, Luiz da Câmara Cascudo,depositavam nos meus parcos méritos pessoais.
Devo aquela nordestina persistente e dotada de vontade férréa, o exemplo de ternura e feminilidade que a permitiam perfumar a cama antes de dormir,mesmo depois da perda da visão.Todos os dias ela me mandava ler,para sua apreciação,coagindo-me amarosamente a escrever o registro pessoal do cotidiano.
Plantada a semente,floresce a árvore, hoje moradia de pássaros da recordação e frutos da emoção,fornecendo sombra para o amanhã.
Anna Maria Cascudo ( Depoimento para o livro PERFIL DE UMA AMIGA,OFICINA DO LIVRO,SÃO PAULO,2007). Obs: Ela era cunhada do Cel. Mauricio Freire
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