MEMÓRIAS DE ELOY DE SOUZA (LIVRO).

...Não visitava ninguém.Os únicos amigos que entravam algumas vezes na sala de jantar da quinta do Cajuais para ter o prazer de uma rápida convivência com suas gentilissimas irmãs e sua veneranda e agradável progenitora,mãezinha que ele adorava,éramos eu Dr. José Teotônio Freire,velha amizade de papari,Cel.Manoel Mauricio Freire(Neco Freire),lider politico em Macaiba,Ferreira Chaves,Henrique Castriciano de Souza e Januário Cicco,médico da familia e seu amigo mais íntimo.pag.330.

...Nunca me vinguei de ninguém.Nunca prejudiquei interesse e direitos dos meus adversários.Quando souber que um deles, o Sr Luiz de Albuquerque Maranhão,rábula inteligente e culto,estava dentro de uma casa,pobre passando fome com a mulher e filhos,procurei o Coronel Manoel Joaquim Freire ( pai de Manoel Mauricio Freire), presidente da intendência em Macaiba e a ele pedi a nomeação daquele adversário para o lugar de advogado quer ainda não havia sido preenchido. A nomeação foi feita,não sem que ele perguntasse -" Quem me guardará as costas da maldição dos corregilionários e quem sabe de algum desgosto do Senador Pedro Velho?" Ninguém murmurou.O Dr. Pedro Velho quando lhe comuniquei o ato,recebeu-o com a sinceridade de seu aplauso,invejando que eu pudesse ter tais iniciativas numa terra pequena,quando ele não poderia te-los no Estado.pag.108.

...Na interventoria interina do Tenente Sérgio Bezerra Marinho, hoje general de reserva,fui processado por crime de calúnia,contra aquela Angélica figura do Governo Provisório.Tive como advogado o Dr Bruno Pereira,redator assíduo daquele jornal,advogado de lago conceito,homen que sabia e saber latim tanto como os livros de profissão.O Juiz que me absolveu numa sentença luminosa foi o Dr. José Teotônio Freire,magistrado de longo tirocínio promovido a desembargador,eleito presidente do Superior Tribunal de Justiça por 13(treze) anos consecutivos e por fim Juiz Federal,cargo que  aposentou-se. pag.403.

...Tomei então a resolução de convidar também para esse jantar o desembargador José Teotônio Freire irmão de Manoel Mauricio Freire,magistrado muito conceituado no nosso meio juridico e social. Reunidos nós três,voltei à conversa interrompida e como aquele meu amigo continuasse insistindo no meu ponto de vista,propus uma decisão inapelável,dada pelo desembargador Teotônio Freire,homen de ponderação segura,conhecedor de todos problemas do Estado,principalmente na órbita da justiça.Este magistrado situou a questão neste ãngulo,mostrando que os interesse dos litigantes estavam providos pelo número de Juizes de Direito em função.pag.372.


...O Homen todo poderoso do partido liberal na vigência do domínio do Dr. Amaro Bezerra,acabou menlacolicamente pobre misericordiosamente nomeado administrado dos correios do Rio Grande do Norte. Com seu falecimento,dentro da primeira década repúblicana, a chefia politica de Macaiba passou  um triunvirato constituido pelos Senhores Enéas Américo de Medeiros, Afonso Saraiva de Albuquerque Marnhão e Manoel Mauricio Freire, todos personagens de grande probidade e iniciativas felizes.Pg.44
FONTE:MEMORIAS DE ELOY DE SOUZA.(LIVRO).

 PROVÍNCIA SUBMERSA -AUTOR OCTACÍLIO ALECRIM.

 ...Estávamos na Rua do Porto(hoje rua Teodomiro Garcia),aguardando no ancoradouro de cimento a chegada de Natal da lanchinha de "mestre" Antonio,quando alguém,mostrando a palmeira existente do lado esquerdo da refinação de açucar do "Coronel" Manoel Mauricio Freire,lá adiante,disse que á tal palmeira a Cidade devia o seu nome de Macaiba.pg.113.

...Todo menino do interior era fã do velho Fabião e de sua rabeca, e eu já ouvira em diversas exibições de cantoria, a primeira em Serra Caiada,numa estada de inverno, e outras  na feira de Macaiba e na chácara do "Coronel" Manoel Mauricio Freire,olhando os pavões e chupando jabuticaba.Pg.170

...caminhando para frente  e lá ao fundo da mesma rua, a gente deparava com a refinação de açucar do "Coronel" Manoel Mauricio Freire conhecido carinhosamente por Neco Freire,o chefe politico do situacionismo em Macaiba.

Caldeiras,caçambas,motores H.P.,turbinas,caldeirões de melado,rumas e rumas de sacos de açucar para embarque,enorme destiladores,tanques de mel bruto e de mel apurado,e, por fim,os esperados saquinhos de papel cheios de torrões de "açucar moreno", o que era uma gostossura.

Quase atrás da refinação, mas na rua do Pernambuquinho (hoje Rua Cel. Mauricio Freire), ficava então a chácara ( hoje Solar da Madalena) do "Coronel" Manoel Mauricio Freire,famosa por suas flores e frutas,especialmente pelo jabuticabal que atraia até Governadores do Estado.

Todos os anos, na safra das jabuticabas e dos imbus, que também eram muito festejados, eu visitava a chácara, a principio em companhia de meu pai ou dos meus cunhados,um, sobrinho e outro,amigo do dono,mas depois passei a ir sozinho, e então "Dona" Constança Freire,dona da casa e esposa do Cel. Mauricio Freire, me fazia sentar numa banqueta do caramanchão e me trazia uma bacia cheia de imbus já lavados e descascados,se  bem que eu gostasse mais de chupá-los com casca, para fazer ranger os dentes.

Além disso,dois outros cliches bem nitidos se fixaram na placa sensivel desta minha reminiscência infantil a propósito da chácara:(Solar da Madalena) os dois leõesetes de mármore,deitados sobre os moirões de pedra do portão estilo colonial que, mesmo assim,infundiam terror à criançada, e os dois belíssimos pavões da india que passeavam a sua brilhosa plumagem de furta-cores pelo jardim,soltando,vez por outra,seus gritos estridentes.

FONTE:PROVÍNCIA SUBMERSA - LIVRO. Pag.57,58.